Uma consideração introdutória sobre a inovação e futuro

A inovação é um atributo que de acordo com Peter Drucker é preponderante para a sobrevivência e evolução empresarial, mas também profissional e individual. Para Drucker "(...) é o meio através do qual um espírito empreendedor cria novos recursos de produção de riqueza" e acrescenta "ou desenvolve com os recursos já existentes, um potencial refinado para a criação de riqueza.". O que faz este meio ser tão fundamental? O que distingue empresas que praticam a inovação das demais ausentes da prática?


Ao se procurar uma explicação lexical, inovar advém da palavra latina innovo, em suma: ideia, método, objeto, processo, função etc. que ao criado possuirá pouca similaridade com algo anterior. Inovar é, de certa maneira, apresentar um ponto de ruptura: com a inovação produzida, rompe-se com o passado, no presente, para determinar o futuro.

Peter Drucker: a inovação é fundamental para
a sobrevivência da empresa e aumento de
competitividade. Foto: Claremont Graduate
 University
Entretanto, nem toda a inovação acaba por romper com o passado; nem sempre a ruptura acontece da forma esperada, mas faça-se saber: para garantir que assim seja, dependerá além da força da ideia, o esforço empreendedor para transformar o planejamento em execução efetiva. Michael Raynor em seu livro The Innovator’s Manifesto (2011) explica que a inovação de ruptura só é realizada quando ela "apresenta vantagens em tecnologia ou no modelo de negócios" que segundo o escritor e então Diretor da Deloitte Services LP " podem ser expandidas à medida que a empresa por trás da ruptura avança mercado acima em busca de clientes mais exigentes." Exemplo? Google. O que? O sistema de pesquisas. Por que? Remodelou o que se entende por pesquisar informações: a atividade de procura por informação sempre existiu, mas o novo método adotado foi, de fato, o que produziu a ruptura. O que aconteceu para a inovação ganhar corpo? A oportunidade de criar algo de maneira totalmente diferente ao que se existia antes para atender àquela necessidade. Ao romper com o passado, o Google mudou o futuro. Pensou no futuro na medida em que se desligou de ideias preconcebidas ao passado.

Guy Kawasaki, especialista em marketing definiu inovação como “(...) criar algo antes que as pessoas perguntem por isto” e acrescenta que “renovação é pegar o dinheiro que se fez através da inovação e desenvolver a empresa”. Mas o que ajuda a “(...) criar algo sem que as pessoas perguntem por isto”? É aprender a se comunicar com o cliente em um nível além do que ele diz necessitar, é identificar no seu modo de viver as necessidades que podem ser atendidas de forma nova, criativa, seguindo o que Peter Drucker se explica como o "escutar o que não está sendo dito", ou seja, ir além da fala: buscar a relação dos indivíduos com o mundo.

Ao se afirmar que inovar é pensar no futuro, é compreender que ao atender bem essas necessidades com originalidade, um grau de ruptura existirá com o passado e a perpetuação da Organização aumenta; o nível de competição após uma inovação de ruptura também tende a crescer, mas ruptura ou não, no meio dessa nova competição surgirá, sem dúvidas, uma nova inovação. Inovar é pensar em garantir no futuro, aqui no presente, as ideias do passado que se deseja romper.
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2 comentários

  1. Belo começo para o blog. Gostei do texto, é bastante norteador.
    E aproveitando o ensejo porque não falas de paradigmas? Seguindo esse contexto ficaria bem interessante. Apenas um pedido de seu leitor rs.
    Boa sorte caro Joir.

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    1. Obrigado, Lucas! Ao longo do tempo escreverei sobre pardigmas, paradoxos, dilemas etc. Tem muita situação que nos deixa sem saber o que fazer e nós sabemos muito bem que a administração pode nos ajudar a decidir. Valeu pelos desejos! Agradecido em saber que tenho um leitor da qualidade como você, colega.

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